sexta-feira, 6 de maio de 2011

"Troikados" para três anos

Aqui, a esta Oliveira de Frades, têm chegado os ecos do Memorando assinado pela Troika com o Governo, a que PSD e CDS deram o seu aval. Já passei os olhos por cima daquele denso e minucioso texto. Sou de opinião que é uma boa cartilha para se fazerem programas eleitorais credíveis, que fazem ir para o caixote do lixo tudo quanto, a esse nível, se tem feito em maré de eleições. Ali há conteúdo e substância, ideias e suportes, projectos e meios de sustentabilidade de cada um deles.
Ou seja: por cada cerejeira plantada, logo se descrevem custos e efeitos. E, antes, pergunta-se qual a sua utilidade e mérito, sem deixar de questionar as qualidades do solo que a vai acolher.
Ali, nesses outros ditos programas, era aberto um buraco, metida a árvore aos empurrões, estilo seja o que Deus quiser. É óbvio que, com tal sementeira, nem uma cereja aparecia.
De momento, sei que aí vêm tempestades, mas, por estranho que pareça, chego a pensar que, com esta lição, alguma coisa iremos aprender. Pelo menos, a sermos sérios connosco, próprios, que já basta de brincadeira.
Gostei da estadia da Troika? Nem por sombras.
Dando cabo do meu ego, senti que aquela gente foi um espinho cravado na minha garganta.
Mas sou suficientemente humilde para dizer que, afinal, até vieram fazer bom trabalho.
Este repenicado puxão de orelhas veio, dizem eles, tarde demais.
Alguém, então, é culpado pelo atraso de que falam.
Mas a culpa vai continuar a morrer solteira, temo eu.
A 5 de Junho, poder-se-á mostrar um qualquer cartão vermelho.
Mas já acreditei mais nessa possibilidade.
Agarro-me, no entanto, a essa esperança pelo menos por um mês...