terça-feira, 10 de julho de 2012

Miguel, ajuda Passos Coelho

Meu caro Miguel! Esta carta aberta tem uma missão especial: pedir-te o sacrifício de saíres, com urgência e sem estrondo, deste nosso Governo, que já lhe colocaste lama que chegue. O Pedro Passos Coelho, teu amigo do peito, já nem dorme duas horas seguidas, tantos os pesadelos que lhe estás a causar. Há dias, acordou estremunhado, pegou no computador e só te não enviou um email de despedida, à francesa, porque, ele próprio, teve medo das "escutas". Recuou a tempo, porque, caso contrário, poderia ser chamado à pedra por se estar a meter contigo e isso não é tarefa fácil. Olha, Miguel, a Universidade Lusófona e tu mesmo, arriscam-se a levar uma carrada de processos, porque quem por ali anda e andou sente-se injustiçado com a forma como conseguiste o teu canudo. Porra, se há gente que trabalha no duro e ali vai para se enriquecer em matéria de conhecimentos credíveis, é justo que, agora que toda a gente deixou de bater na Independente do Sócrates para se virar contra esta tua, a Lusófona, minha também, mas em jeito muito sério e com grande esforço, bem está no seu direito de pedir indemnizações a uma Instituição que se deixou ir na tua onda sedutora... Desculpa lá, Miguel, mas isto incomoda-me e tenho um azar danado em me cruzar com tanta coisa onde estás metido: votámos os dois no mesmo Partido, alinho a minha vida com o jornalismo e tu até me podes telefonar (que te não ligo patavina) a mandar-me calar, queres dar cabo das autarquias e eu já por lá passei - e com muito orgulho! -, não pedes à Ministra da Justiça para se deixar de atirar tribunais ao charco, e continuas de pé, aí no teu Ministério, aquele que devia dar o melhor dos exemplos, por seres Adjunto e tutelares (?) o Parlamento...Isto é que me dá cabo dos miolos... Já vi: o PM não te manda embora, porque tem medo. Tu não sais, porque ainda não olhaste bem para ti, de modo a tirares a conclusão das óbvias conclusões: sair do Governo e ires para o Ribatejo, meses e anos, em retiro profundo. Relvas és tu, mas estás muito longe da dignidade daquele que, em 5 de Outubro de 1910, da varanda dos Paços do Concelho, de Lisboa, proclamou a nossa querida República. Poupa-a, Miguel! E não dês cabo deste Governo, destroçado já, de Passos Coelho, agora que ele tem tanto a fazer para remediar aquilo (de bom) que o Tribunal Constitucional lhe fez... Miguel, põe-te a andar, que estás a mais nestas carruagens. Desculpa lá, Miguel, que assim fale, mas eu quero, ainda dar um segunda oportunidade, ao meu ( e teu ) amigo Passos Coelho... Poupa-o, se és homem!... Desculpa, mas nada mais tenho a dizer-te, por ora!...

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