terça-feira, 30 de outubro de 2012

Nada dizer

Abri-te, Blogue, só por capricho. Aqui, por esta zona de Oliveira de Frades, pouco há de novo. Só o "Sandy", que anda lá por outros lados a fazer estragos, nos põe a pensar: com a natureza, nem a poderosa América pode brincar. Ou seja: por mais poderes que se detenham, por mais fanfarronice que haja, se ela, essa força que ninguém controla, resolve avançar, nada a fazer. Ali, calaram-se as vozes da campanha presidencial e não era para menos. Aqui, andamos todos cabisbaixos e de cara à banda, porque, com uma natureza bem mais meiga, temos gente que nos esmaga a fundo, sem apelo, nem agravo. E falam que se farta. Num dia, dizem que ninguém nos tira nada e lá dormimos descansados; no outro, sem trancas nas portas, temos a casa arrombada. E ficamos sem nada. Hoje, na Assembleia da República,dizem os meus Amigos, há acesa discussão sobre o terrível e temível Orçamento de Estado para o negro ano de 2013. Nem me atrevo a ouvir essas coisas. Porque sei que, se para lá virar a minha atenção, fico doente. Assim, com uma Natureza que nos respeita, para já e por enquanto, e com políticos que, pelo contrário, dão cabo de nós, fico-me com este sol que se escapa por entre uns pingos de chuva, e por cá vou andando, enquanto Deus quer... Do OE, saberei eu, quando as finanças me baterem à porta para levar o que resta: a esperança. Então, de braços caídos, mas de pé, lá vou eu despejar o alforge das moedas, que a carteira das notas já há muito tempo que não a vejo. Sabem, recordo bem a minha/nossa Feira de Oliveira, esse espaço nobre de trocas e de negócios, de conversetas e convívio, e ponho-e a olhar para as carteiras dos Adelinos e Carvalhos do Porto, que ali vinham comprar vitelas, vacas e afins. E enchiam comboios e vagões dessa gadagem, que dava riqueza e conforto familiar às nossas gentes. Tenho inveja daquelas carteiras cheias de dinheiro em que ninguém mexia, senão eles. Grossas, a provocarem o desejo de dar uma "palmada", isso ninguém fazia, porque era feio, pecado e uma ofensa aos bens dos outros. Nem era preciso haver GNR, porque essas eram leis sagradas e intocáveis. Hoje, quando mataram, por estupidez da ASAE desses tempos, as galinhas de ovos de oiro de nossos produtores-agricultores, apenas temos moedas. E a Feira, até ela, está a morrer. Tal como nós. É por isto que abri este Blogue com medo de começar a escrever. E o que disse? Nada de jeito. Apenas que até a esperança me está a fugir... E, ao vê-la partir, fico mais angustiado. Muito mais do que há tempos. Quais? Não digo...

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