segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A dois anos de distância, um texto sobre a Ciência nas Termas de S. Pedro do Sul - Notícias de Vouzela

Professor Fernando Manuel Silva em destaque na vida académica termal Este nosso conterrâneo, docente universitário e estudioso das questões termais, o Professor Fernando Manuel Silva, com ligações fortes a esta região, está a desenvolver um muito assinalável trabalho de investigação e divulgação acerca de tudo aquilo que se relaciona com este mundo da ciência das águas com virtudes especiais. Presentemente, lidera um Curso de Especialização da Universidade Lusófona, do Porto, na área do Turismo de Saúde e Bem-estar. Para além desta iniciativa, há a destacar várias obras de sua autoria, que muito úteis são para quem se dedica a este ramo da saúde e do lazer, sobretudo para uma terra que alberga as maiores termas da Península Ibérica. Inserem-se nesta nossa curta, mas merecida notícia, o “Manual de Auditoria e Diagnóstico de Monitorização da SST em Unidades Termais”, “ A SST em Unidades Termais: Manual de Boas Práticas” e “ O state of the art nas Unidades Termais em matéria de SST”, todas estas obras com a chancela de Petrica Editores. Com tudo isto tem-se em vista dar um contributo da academia ao mundo da acção prática, o que, em parceria e partilha de conhecimentos, é de um alcance extraordinário. As nossas felicitações ao Professor Fernando Silva, com votos de muito sucesso na sua carreira.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Descansa em Paz

Amigo e Colega, Joaquim Mendes! Acabaste de partir, há poucas horas, segundo as informações recebidas. Não resististe aos sofrimentos provenientes da tua vontade em lutar pela defesa de bens e pessoas da terra em que eras Presidente de Junta de Freguesia: Queirã-Vouzela. Quiseste apagar o fogo e foste traído pelas chamas e nem o Hospital, depois daquele fatídico e negro dia 23 de Agosto, te conseguiu salvar. Perdi-te. Mas continuas comigo. Não esqueço o tempo, os três anos da Escola do Magistério Primário de Viseu, em que estudámos juntos, na turma A, eu, na D, tu. Não esqueço a vida depois disso. Nem os telefonemas que me fazias por questões jornalísticas, sempre com a intenção de lutares pela tua terra, pelo teu Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira, pela Feira da Giesteira, pela Feira da Vitela e por tantas realizações em que estiveste metido. Agora, passados estes trinta e sete anos de intenso conhecimento e amizade, partiste. Por mim, continuas por aqui. Um abraço. Vamos falando...

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Dois anos depois, de novo a Escola...

Um novo ano escolar com velhos problemas Estamos muito longe e em cima de dois tempos antagónicos, o das escolas por tudo quanto era canto e a abarrotar de alunos, enxameados dentro de uma sala de aulas, e estes que vivemos, em que estas instituições vêm morrendo aos poucos para darem lugar a modernos centros pedagógicos. Nada de mais contrastante: por um lado, um(a) só mestre(a) com quatro duros anos e dezenas de crianças, em salas improvisadas, antes dos planos Raul Lino e dos Centenários, praticamente sem mais nada; por outro, risonhos espaços físicos, mais docentes e pessoal diverso, cantinas, bibliotecas, pavilhões desportivos, aconchego, bons transportes – ainda que fora (?) de horas – e muito de novas tecnologias. Mas os resultados, custando dizê-lo, não acompanham todo este progresso material, numa relação estritamente circunscrita à relação custo/benefício. Ao dizermos isso, não queremos afirmar, de maneira nenhuma, que hoje se está pior em matéria de escolaridade. Nada disso. Constatamos apenas que não há uma correspondência entre os gastos, a dedicação a esta causa por parte de toda a sociedade, que conduziu à educação democrática, geral e inclusiva, mas que, em muitos casos, não oferece os devidos resultados, na sua dimensão real, que não apenas estatística. Apetece-nos, por isso, enviar um enorme abraço de elogio a todos aqueles professores que, do nada, faziam milagres, saudação esta que se estende àqueles que, hoje, na barafunda de meios e contradições, dão tudo para “trazer” os discentes ao universo escolar e o viverem com a força e dignidade que se exigem. Incomparáveis são estas realidades. Mas há dados que, bem analisados, muito demonstram em termos destas questões essenciais. Numa altura em que o cíclico regresso às aulas está a acontecer, sendo esta primeira quinzena de Setembro o princípio deste tempo sempre novo, sem deixar de ser velho, tentamos aflorar o contexto em que tudo isto se desenrola. A nível de contendas de carga sindical, crê-se que se vive uma espécie de maré de acalmia, ou, no mínimo, de banho-maria. O Ministro Nuno Crato, a Fenprof e a FNE têm estado à mesa, sendo que, de momento, até se vêem luzes ao fundo do túnel: “parada” a avaliação, esbatido o terrível problema dos horários-zero, adormecida a gravíssima questão dos professores sem escola e sem trabalho, o resto dos assuntos, mais ou menos trambolhão, lá vai seguindo o seu caminho. Se esta “abertura” tem um cariz geral, no plano concreto, como veremos com a investigação feita pela Lurdes Pereira, hoje, e pela Salete Costa, no próximo número, detectar-se-ão outros pormenores e contornos, mais localizados, no terreno essencial de cada território educativo, o que nos leva à sempre presente dicotomia da centralização/descentralização, matéria que tem de ser encarada de frente e a sério. Para já e numa perspectiva abrangente e transversal, vêm ao de cima os problemas com que se debatem as Câmaras Municipais que, sem terem sido pagas dívidas antigas, estão a mostrar a gravidade daquilo que estão a enfrentar, ameaçando, pela voz da ANMP, cortar o fornecimento de refeições, de transportes e outras situações do género, como a de não avançarem com a oferta de livros e outro material. Quanto a este aspecto, na esfera governativa, pensa-se mesmo, de acordo com a Confederação da Associações de Pais, que os livros, para cerca de 600000 beneficiários, têm de ser previamente pagos, recebendo-se as comparticipações depois, com todos os inconvenientes duma época de crise. Por outro lado, com cerca de 570 milhões de euros não utilizados em 2008 e 2009, com 100 milhões retirados em 2010, com um orçamento restritivo para o corrente ano de 2011 e o cutelo de mais agravamentos para 2012 e 2013, estes são tempos de não desejar a ninguém. Sem querer que desfaleçamos, apesar de afogados em dúvidas e dívidas, a educação merece tudo e é nela que está o futuro. Mas tem de ser vista e pensada com olhos de ver, de feição estratégica e não de remendo em remendo até à derrocada final. Oxalá que, arrepiando caminho a tempo, tenhamos aquilo que as nossas crianças e os nossos jovens tanto merecem: uma educação à EDUCAÇÃO e não simples remedeios! Carlos Rodrigues, in Notícias de Vouzela, há dois anos