quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Piropar

O meu País vai ser o reino das maravilhas e dos bons costumes. A recente punição dos piropos é a tábua de salvação para a boa educação. Adivinho: ninguém, eles ou elas, abrirá a boca para dirigir uma qualquer palavra a outrem. Apenas, um seco "bom dia". Se os abusos e as ofensas não podem passar impunes, não sejamos, no entanto, mais papistas que o Papa. Sinceramente, não é duma sociedade proibicionista de tudo que precisamos. O que é necessário é elevar, por dentro, em cada um de nós, o sistema de valores. À chicotada, não vamos a lado nenhum. Dito de outra forma: que os legisladores se preocupem com questões de fundo, estruturantes, amigas das igualdades e da justiça e deixem que as pessoas se comportem bem em si mesmas e nunca por medo da cadeia...

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Quase no fim do ano

Hoje dei comigo a pensar que, se me descuido, ainda tropeço na velocidade do tempo com que se está a esgotar este ano de 2015. Falta pouco para ele arrumar, de vez, as botas. Deixa saudades? Nem por isso. A nível nacional, apanhámos com mais um banco pelas costas abaixo com mais efeitos negativos que um calhau que rebole pela minha Serra do Ladário de lá de cima do Pico das Cruzes até ao fundo da encosta. Foi-se embora um Governo, veio outro. Deste pouco se sabe o que irá fazer. Do outro, soube-se: conseguimos sacudir a canga da Troika, mas com custos elevadíssimos para todos nós. Por isso, não teve a maioria de que precisava para continuar no seu posto. É a vida. Dentro de dias, já no novo ano, teremos eleições presidenciais. Agora, é esperar para ver. Na esfera internacional, o terror impôs a sua lei. Anda isto tudo baralhado sem se saber em que pontas pegar, porque, por cada retaliação levada a cabo, outras pontas nos aparecem. A raiz do problema é funda e é a ela que temos de chegar. Como? Não sei. Até o tempo, aqui por Oliveira de Frades, anda às avessas, com sol a mais e frio a menos, com seca continuada e falta de muita chuva, apesar de 195 países terem chegado a acordo para alterar, a muito longo prazo, a magna questão das alterações climáticas. A tão grande distância, temo que não chegaremos a bom porto a tempo de evitar mais tragédias como o tsunami de há cerca de dez anos e outros fenómenos extremos que tais... Puf! Assim não são animadores os dias que aí vêm...

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Acordar estremunhado

Acabado de entrar no Inverno, o frio gelado veio de dois lados, logo ao levantar, estremunhado, meio zonzo: da estação do ano em si, que até tem andado avariada aqui pela minha Serra do Ladário, no concelho de Oliveira de Frades, com calor a mais e chuva a menos para Dezembro, e chegou sobretudo do choque ainda não bem digerido de ter mais uma conta a pagar, aquela que o BANIF, ao tombar, fez chegar a nossas casas, enquanto contribuintes assíduos e chateados, revoltados, tramados dos pés à cabeça, que não param de custear de seu bolso asneiras e bagunçadas feitas por outros, uns poucos, os da banca falida para povo pagar depois de alguém ter ficado com a parte de leão das verbas realizadas ao longo dos tempos. Isto é demais. 14 mil milhões de euros, ou coisa que o valha, em poucos anos, é desaforo a mais imposto aos portugueses, a cada um de nós. Bem falaram ontem os meus Amigos, no programa Trilogia das Ideias, da VFM - Rádio Vouzela, que está no ar desde 2009, quando disseram que isto tem de parar: basta de dar corda aos relógios que outros usam em seu favor com o nosso dinheiro. Uma vida assim é o cabo dos trabalhos. Depois, regateiam-se uns curtos euros dados a quem ganha o salário mínimo nacional. Natal assim não é Natal. Nem para lá caminha...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

A memória de um de meus dias bons

Há anos, em 1976, por estas horas do dia 17 de Dezembro, estaria eu na velha Maternidade de Viseu à espera da melhor das novidades: o nascimento de uma FILHA. E assim aconteceu cerca das 22 horas, quando, olhando, para a RTP a preto e branco, assistia a um filme do Sandokan. Não o vi todo e não me lembro sequer das cenas desse dia, porque a CENA maior acabara de acontecer. Acabara de ser pai e essa sensação não se descreve: é muito pessoal e intransmissível. As mãos da Irmã Marinho fizeram com que aparecesse no meu mundo algo de maravilhoso. Hoje, trinta e nove anos depois, vamos assinalar este dia com alguma contenção, porque outros, muito mais tristes, foram acontecendo ao longo dos tempos e um deles muito recentemente. Eu, a Mãe, a Irmã e a Avó aqui estamos, mas não há velas nem champanhe. Mas muita alegria, isso sim, vivida interna e intensamente. Sem grandes palavras, mas com muito sentimento e um forte aperto de coração...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Uma má prenda nos nossos tamancos

Há anos, há décadas, não muitas, a pequenada da minha terra, situada na Serra do Ladário, concelho de Oliveira de Frades, pela calada da noite escura, à luz das candeias, tinha por bom costume deixar, junto à chaminé, na véspera de Natal, os sapatos, ou os tamancos para que neles caíssem os parcos presentes de um Pai-Natal bem pobre, por sinal. Hoje, em 2015, nem nos atrevemos a um qualquer gesto dessa natureza: é que estamos sujeitos a arcar com mais uma quase falência bancária, a do BANIF, que nos pode obrigar a irmos aos nossos bolsos buscar uns trocos para cobrir mais esse disparate. Que raio de vida a nossa! Cai-nos em cima o BES, dizem que pode vir agora a desabar o tal BANIF, ainda andamos a pagar o BPN e outros que tais. isto é: não ganhamos para pagar o que outros esbanjam. Destes mal, Deus nos livre. Destes e doutros. Até das promessas não cumpridas de cortar 50% em todas as sobretaxas do IRS em 2016 e outro tanto em 2017, quando agora o que está em cima da mesa é um projecto às pinguinhas!... Bem prega Frei Tomás!... Assim, não temos mesmo bom Natal, nem talvez bom ano novo. Azar nosso!...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A família sempre presente

É assim o dia oito de Dezembro de cada ano: com a Festa de Nossa Senhora da Conceição, nas Benfeitas, em Capela com umas das pinturas, no tecto, das mais notáveis que há por aí, acontece sempre um convívio familiar que me é muito querido e a que, por norma, não falto - uma almoçarada em casa do Abílio, ex-emigrante na Suíça, agora regressado de vez. Se o pitéu é uma delícia, a amizade não tem classificação. É amizade, ponto final. Dão gosto estes encontros. E muito mais quando a família está toda ali. O pior, como aconteceu este ano, é quando vemos lugares vazios que nunca mais voltam a ter gente nossa. Isso é que dói. Doeu também a não vinda da Sónia e do Paulo, dois filhos da casa que, lá na Suíça, ganham seu pão. Mas foi gratificante estar com a Luísa e o Hélder, sempre numa trabalheira danada. Prometo: em 2016, se tudo correr bem, lá estarei de novo. É que o convite, eu sei, é plurianual, eterno mesmo, diz o Abílio. E eu cumpro. Obrigado, em meu nome e dos meus familiares mais chegados...

domingo, 6 de dezembro de 2015

Dezembro frio e quente

Anda aqui a minha malta entusiasmada com o Natal. Da minha Serra do Ladário, em dias de frio, não se augura nada de bom. Com as mãos frias, até os cumprimentos esfriam os corações. Mas há um SINAL que é sempre uma boa ESTRELA: quando a UMJA - União Musical Juventude e Amizade - da Sobreira se põe a trabalhar, isto aquece. Ainda hoje assim aconteceu com a vinda e actuação do Grupo de Cantares de Cambra (em que o Pedro Serrano, não renegando o sangue das suas origens, dá ali uma preciosa ajuda, ao mesmo tempo que é Maestro da mesma UMJA, jogando por isso em casa), que encheu de canções a sede desta Colectividade da minha terra. Foi o calor que sabe sempre bem em tardes frias. Ontem, em Vouzela, o ACTIVO III trouxe também um ânimo ao conhecimento e à necessidade de se olhar para os cuidados a ter com a obesidade das crianças e jovens em idade escolar como urgência a não esquecer. Na quinta-feira, a ASSOL, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, mostrou a excelência de suas práticas, ao apresentar os resultados de um projecto que, com a o apoio financeiro desta mesma FCG, enquanto porta voz do EEGrants, foi possível pôr de pé. E que foi isto? A aplicação das práticas da ASSOL para além dos seus territórios de origem que tanto sucesso têm tido em apoio a pessoas com deficiência, no plano da sua autodeterminação em contexto geral e em trabalho. Lafões está em grande. Mas Lisboa esquece isto vezes demais...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Programa de Governo

Confesso o meu interesse: declaro-me profundamente chocado com as políticas públicas de há séculos e de há décadas. Todas elas afundaram o Interior do meu País. Desconfio que ainda não é desta vez que me vou ver livre dessa triste sina. Fala-se no Programa de Governo, que hoje começa a ser discutido, que, no campo da valorização do território, se vai olhar para (e por) estes espaços. Temo que se não saia do papel e das boas intenções. A par de outras bandeiras ali elencadas, esta, cá para mim, é das mais importantes. A não ser que se queira que o Litoral rebente e o Interior desapareça de todo...

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Em Paris com o coração e a razão

Continuo por Paris, depois de por ali ter andado em pensamento dorido e coração desfeito desde 13 de Novembro. Por lá continuo, agora até ao dia 11, para mostrar ao mundo que desejo ardentemente soluções para os perigosos efeitos possíveis das alterações climáticas. Aqui, nesta minha terra de Oliveira de Frades, com chuva e sol mais ou menos quando é preciso e expectável,é assim que quero continuar e viver. Mas se nada for feito para travar as ondas de destruição do Planeta, temo deixar de perder este Paraíso. Falando assim, comporto-me como um duro egoísta. É que eu sei que, no mundo, há já muita gente a sofrer com as condições climáticas que para essas populações empurramos. Nós, muitos de nós. Urge travar os excessos à medida grande e com pequenos actos. Cada um de nós tem a sua quota parte de responsabilidade. Isto é CONNOSCO, malta!...