terça-feira, 21 de junho de 2016

Salva-me, máquina de calcular...

Como Português que sou, não deixo de pensar no jogo de amanhã para o Europeu em que se defrontam o nosso País e a Hungria. Trago comigo a máquina de fazer contas, mas nem isso era preciso que a minha adorada e saudosa escola de Reigoso, Oliveira de Frades, me pôs a cabeça a funcionar como um computador, honra seja feita às minhas queridas Professoras, com 1 e 1, dois, 7 vezes 8, cinquenta e seis, mais uns problemas de sete ou oito contas e muita Língua Portuguesa, História, Ciências, Geografia, etc, mas, infelizmente, pouco desporto, pouca educação física e outras artes. Ali era assim, ponto final. Por essas lições, sei que dois miseráveis pontos até ao momento são uma catástrofe, cinco, em caso de vitória, até podem ser o céu, mas abaixo disso venha o diabo e escolha: ou vamos para os infernos, ou podemos salvar-nos por obra e graça do Espírito Santo. E isso não quero eu. Gosto de resultados de trigo limpo, sem dúvidas nem vitórias morais. Amanhã, sendo o que Deus quiser, espero que ELE seja português. Até porque somos povo que deu mundos ao mundo e, connosco, a cristandade cresceu por aí fora até à Amazónia, à China, a Macau, à Malásia e a Timor. E o nosso futebol, naquele dia infernal do maremoto nos mares da Ásia(salvo erro, em 2004), deu ânimo ao Menino que vestia a camisola do nosso Cristiano Ronaldo. Que ele, ou alguém por ele, nos salve amanhã...

sábado, 18 de junho de 2016

Andar pelo mundo...

Daqui da minha Serra do Ladário, concelho de Oliveira de Frades, parto, de vez em quando, em viagens pelo mundo. Por estes dias, andei pela Inglaterra e soube que uma Deputada foi assassinada devido à defesa de suas ideias e valores. Soube que era pela manutenção da GB na UE. Talvez tenha morrido por essa mesma causa. Talvez. Só sei que nos deixou de uma forma assim tão violenta e tão dramática. Por ali, por aqui, estamos todos de luto. No outro dia, fui até à Venezuela, onde habitam centenas de milhares de conterrâneos nossos, alguns deles bem meus Amigos, e senti que aquela nação passa por uma terrível crise, com fome pelas ruas. Tive pena. Tive receio quanto ao seu futuro. Por estes dias, tenho andado pela França. Vivi a dor de um empate com que não contava. Mas nada está perdido, desde que hoje, com a Áustria, as coisas corram bem melhor. Mas o que muito me custou foi ter-me deparado com a violência nas ruas, em nome do desporto. Que desporto?! Fiquei triste. O meu desporto é outro. Outro e muito diferente. Pensei ainda em ir até ao Brasil, mas fico à espero que "aquilo" por lá melhore. Já não é sem tempo. Por aqui, as minhas preocupações têm a ver com a CGD. Anos e anos a fio, sempre a vi como a válvula de segurança para o nosso sistema bancário e para a nossa economia. Agora, nem por sombras sou capaz de ter a mesma ideia. Desconfio tanto dela como de tudo quanto nos tem ido ao bolso. Triste País este, o meu!...

terça-feira, 14 de junho de 2016

Esta Europa não aprende nada....

Ao fechar-se um ano, mais um impasse na Europa Ainda há dias, aqui afirmávamos que tínhamos algum receio quanto ao que pudesse vir das reuniões da União Europeia. Em cima de mesa, estava, nessa altura, um eventual colapso do Euro, enquanto moeda de peso, e, por arrastamento, o próprio fim de um sonho europeu. Como nós, muita gente assim pensava, mesmo dentro do grupo que se pode considerar, de certa forma, mais céptico. Nas reuniões dos dias 8 e 9 deste mês de Dezembro, não recebemos confiança quanto baste, mas também não perdemos tudo. Com uma metodologia que não nos agrada, por assentar quase tão só numa dupla de agentes de opinião e decisão, Sarkozy e Merckel, tememos sempre que desses encontros não saia nada de bom. No primeiro caso, porque os seus interesses não se decalcam na nossa realidade; no segundo, porque não vemos energia suficiente para desfazer aquela muralha de aço podre, mas forte. Dir-nos-ão agora: opositor com voz grossa houve-o ali – David Cameron, Primeiro-Ministro da Inglaterra. Verdade. Só que o nosso caminho também não é esse. Nem por sombras. A via que temos de seguir é a de uma Europa unida, livre, coesa, determinada, encaixada em projectos comuns, mas nunca a de uma fuga para o lado. É dentro dela que temos de fazer ouvir a nossa voz e dos amuos do Reino Unido e de outros ( Ver Charles de Gaulle, nos idos anos de sessenta do século XX…) estamos fartos, para usar um português que todos nós entendemos. Tínhamos ténues esperanças em que aquela gente tivesse um rebate de consciência e uma nesga de bom senso e que fosse capaz de, com murros na mesa e muita pedra partida, dar passos certos e seguros. Não aguardámos por milagres, mas era de economia, de fuga para a frente em termos de mercados, de um espanta para lá as aves agoirentas das agências de notação financeira, de uma clara subida da política, nobre e leal, que precisávamos. Pouco disso nos calhou na lotaria. Pelo contrário, trouxeram-nos uma previsível maior austeridade, mais apertos financeiros, mais policiamento do nosso dinheiro e seu uso – e talvez isso tenha alguma razão de ser, quando se andou para aí a gastar à grande e à francesa e, agora, pagar isso é quase devaneio infantil, mas não era curial medir tudo pela mesma bitola!... – e ainda um maior previsível sufoco. Ao quererem avançar para um novo Tratado, tiveram de se contentar com um remedeio, uma espécie de acordo de cavalheiros que não faça tropeçar ninguém, isto concretizado numa figura jurídica dúbia, a do Tratado Intergovernamental. De fora, fica para já, por desejo expresso, a citada Inglaterra, mas outros países ainda estão a pensar naquilo que vão fazer. Até Março de 2012, sugere-se a sua aprovação. Propõe-se mão de ferro em termos de disciplina orçamental com sanções para quem não cumprir, ou se desviar, sem motivos de força maior, dos limites draconianos agora pensados: 0.5% do PIB, em vez dos 3% anteriores de défice estrutural. Preconiza-se a entrada em cena, a propósito deste capítulo, do Tribunal de Justiça Europeu e penalizações automáticas, o que faz falar as oposições em total capitulação da nossa soberania. Outra dita machadada na autonomia das nações é a da inscrição de uma regra de ouro, de cumprimento obrigatório dessas metas, na Constituição, ou documento igualmente vinculativo. Em matéria de maior capacidade e poder de dinheiro conjunto, lança-se um Mecanismo de Estabilidade Europeu, que vai conviver, por uns tempos, com o Fundo Europeu de Estabilização Financeira, a subir aos 500 mil milhões de euros, mais 200 mil milhões para o FMI. O BCE passa a ter um papel mais activo e decisivo, em ligação com a banca. Por último, nesta análise aligeirada de um tema tão importante, falou-se ainda na necessidade de uma arquitectura para uma união económica e monetária, mas faltou uma clara visão de políticas económicas que alavanquem o desenvolvimento. Em agilização de processos, acenou-se com a regra do fim da maioria, para se criar o mecanismo dos 85%, o que pode representar o fim da mola real que os pequenos tinham para não serem cilindrados, que era a do eventual veto. A ver vamos no que isto vai dar. Para já, parece até que essa gente das Agência de Notação, a Moody’s, por exemplo, não acha piada nenhuma ao que foi decidido, ameaçando baixar as classificações em causa. Por tudo isso, muito bom não será o nosso futuro, de certeza. Nem com a anunciada adesão da Croácia e de outros membros que já estão no corredor da entrada e quase à porta… NOTA – Há anos, escrevemos este texto que publicámos no jornal “Notícias de Vouzela”. Agora, em vésperas de um referendo no Reino Unido, que ameaça minar a nossa União Europeia, nem sabemos que dizer. Acrescentamos que já nos choca ouvir o Presidente do Eurogrupo, com nome indecifrável, dizer que vão, uma vez mais, discutir o adiamento das previsíveis sanções a aplicar aos países faltosos, Portugal incluído. Sem pensar sequer em deixarmos a União, haja quem dê um murro na mesa desses eurocratas e proclame para sempre que quem já tanto sofreu, imposto por quem agora continua com este discurso, não pode dar mais para esse peditório. Haja tino! Carlos Rodrigues

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Uma volta pelo associativismo no concelho de Vouzela...

Associativismo no concelho de Vouzela Com um papel de extrema importância na dinamização do tecido social do concelho de Vouzela, o associativismo é uma de suas marcas impressivas. Constitui mesmo, pela sua longevidade histórica, um aspecto que não pode ser nunca esquecido na caracterização destas terras. O seu sinal mais evidente começa, logo, pela existência da Santa Casa, sob a invocação da Virgem Maria da Misericórdia, uma das mais antigas do País, pois remonta ao ano de 1498, mês de Agosto, pouco tempo depois da Rainha D. Leonor ter criado este género de instituições de assistência social. O seu nascimento aconteceu em plena Sé Catedral de Lisboa, “…por premissão, consentimento e favor da Ilustríssima e mui Católica Senhora , a Senhora Rainha D. Leonor e mulher do sereníssimo Rei D. João, o segundo…”. Com tamanha honra, prova-se bem quanto era local destacado esta vila de Vouzela, que mereceu tão cedo esta distinção. Numa caminhada sempre com altos e baixos, a 29 de Junho de 1848, o panorama de ajuda aos mais necessitados e a precisarem de apoio da ciência médica desses tempos teve um outro ponto de realce com a criação do 1º Hospital, o de S. Sebastião, no Cimo da Vila, junto à Capela do mesmo nome, que ainda hoje ali se mantém. Entretanto, ali não estaria por muito tempo esta valência. Ao receber como legado a Casa da Cavalaria, em 17 de Janeiro de 1894, logo em Junho desse mesmo ano, para ali é transferido o citado Hospital, passando a integrar a área geográfica da Santa Casa da Misericórdia. A cerimónia da inauguração contou com a presença duma outra Rainha, a D. Amélia, então nomeada Provedora honorária, precisamente no dia 24 de Junho de 1894, por ocasião de uma de suas visitas a terras de Lafões, o que fez algumas vezes, ficando, por norma, no vizinho concelho de S. Pedro do Sul. Numa escalada de projectos e investimentos, é hoje muito ampla e diferenciada a sua actividade, ainda que tenha perdido a valência hospitalar por razões de política nacional. Os sectores das crianças e dos idosos são, na actualidade, as suas componentes mais destacadas. Por ordem etária, temos, seguidamente, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vouzela, fundada no dia 1 de Julho de 1885, por vontade e acção de um vasto conjunto de dedicados vouzelenses. Com uma intensa actividade e um desenvolvimento notório, o seu Quartel, o número de pessoas envolvidas e os equipamentos possuídos são testemunho de um progresso e de uma dedicação assinaláveis. Cabe aqui uma referência especial para a Secção de Campia, que data dos anos oitenta do século passado, agora em Quartel novo e arejado, depois de tempos longos de alguma improvisação. Quanto a Vouzela, tendo iniciado as suas funções sem Sede própria, passou por diversos locais até se localizar nas actuais instalações, que muito devem ao contributo dos Irmãos Pimenta, vouzelenses a residirem no Brasil, que deram o grande arranque às obras em causa, naquilo que se chamou, então, o Prédio das Colectividades. Numa introdução desta natureza, há que falar-se ainda na Banda Filarmónica da Sociedade Musical Vouzelense, com a sua fundação a remontar ao ano de 1931,depois de umas outras tentativas, como a da Tuna de Vouzela, que a antecedeu. Daí que sofreu alguns contratempos e interregnos pelo meio, até recomeçar, de novo e em força, em 1931. Foram seus fundadores Augusto Homem da Rocha, Eduardo Souto Teixeira, Fausto Ferreira de Abreu e Franklim Augusto Dias . Deram-lhe novo ânimo, então, estes vouzelenses. Mas é justo citar ainda os contributos, praticamente desde o início, de José de Oliveira, Zé Duque, Manuel José da Silva, Guilherme José de Figueiredo, José do Paulo, António Correia, Manuel Figueiredo e Celso Giestas. Foi seu primeiro Presidente da Direcção precisamente Fausto de Abreu, enquanto que o primeiro maestro foi função que coube a António Póvoas, devendo enaltecer-se ainda, nesses tempos da fundação e consolidação os nomes de Paulo de Figueiredo, Carvalho de Almeida e, por ocasião das Bodas de Prata, em 1956, o Tenente Sousa. Instalada muitos anos na sua Sede velha, tem, neste momento um moderno e eficiente edifício, junto à Variante à EN16. Uma outra antiga instituição é a Associação “Os Vouzelenses”, dedicada ao desporto e, muito especialmente, ao futebol, tendo começado a funcionar no ano de 1929, fruto do entusiasmo de um grupo de jovens em que pontificavam Victorino Campos, Joaquim do Souto e Melo, António Francisco Paiva, Celso Ilídio Giestas, Guilherme e José Joaquim Cosme e João Ferraz de Melo Cardoso. Teve os seus primeiros Estatutos no dia 5 de Janeiro de 1930, devidamente registados no Governo Civil do Distrito de Viseu. Deu os passos iniciais numa Sede situada na Praça Morais Carvalho. Andou, depois, por vários outros locais, incluindo o citado Prédio das Colectividades, para, depois de 2000, passar a usar, como sua, a nova Sede. Jogando nas Chãs, num Campo que foi beneficiado com sucessivas modificações e modernizações, disputou campeonatos distritais, chegou a participar nas competições da então III Divisão Nacional, estando, neste momento, integrada na Associação de Futebol de Viseu. Se estas são algumas das Associações localizadas na vila de Vouzela, muitas outras existem por todo o concelho, de que falaremos de uma forma mais resumida, freguesia e freguesia: - ALCOFRA: Casa do Povo, ADCA, Clube de Caça e Pesca, Amigos do Couto, Centro Social, Associação de Farves e Novais - União das Freguesias de CAMBRA e CARVALHAL de VERMILHAS: Associação Cultural e Desportiva de Cambra, Grupo de Trajes e Cantares, Filarmónica Verdi Cambrense, desde 1883, Centro Social, Lar de Idosos, APAVE – Associação Cultural e Desportiva de Paredes Velhas, Grupo de Amigos de Levides, Grupo de Cantares das Póvoas, Rancho Folclórico de Carvalhal de Vermilhas e Grupo de Cantares Tradicionais, Associação Recreativa e Cultural de Carvalhal de Vermilhas - CAMPIA: Grupo Desportivo de Campia, Grupo Carnavalesco, CNE de Escuteiros (Agrupamento de S. Miguel), Grupo de Amigos de Rebordinho, Secção dos Bombeiros Voluntários de Vouzela, Centro Social, Lar de Idosos, entre outras. - União das Freguesias de FATAUNÇOS e FIGUEIREDO das DONAS: Associação Dr. Amorim Girão, Grupo Coral e Paroquial de Fataunços, Centro de Dia, CLSC, Associação Cultural e Recreativa “Os Unidos das Donas”, Tuna Musical, Associação Real BTT - FORNELO DO MONTE: Associação Cultural de Fornelo do Monte, Rancho Folclórico, Centro de Dia – Associação de Solidariedade Social - União das Freguesias de PAÇOS DE VILHARIGUES e VOUZELA: Sociedade Musical Cultura e Recreio de Paços de Vilharigues (1928), Liga dos Amigos de Vilharigues (1938), Associação Pa(ç)ssos para a Torre de Vilharigues, Associação Cultural e Recreativa de Vouzela, Associação D. Duarte de Almeida, Associação de Trabalhadores da Câmara, Associação de Desenvolvimento Rural de Lafões, Associação Empresarial de Lafões, Confraria dos Gastrónomos da Região de Lafões, Verde Lafões – Associação de Produtores Florestais, Banco Local de Voluntariado, Banco de Ajudas Técnicas, Grupo de Teatro de Vouzela, Conferência de S. Vicente de Paulo, Grupo “Vozes da Terra”, CPCJ - QUEIRÃ: Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira, Associação Cultural e Recreativa de Queirã, Associação Cultural e Recreativa de Igarei, Associação Cultural Recreativa Desportiva e Social de Loumão com Grupo de Trajes e Cantares, ACRD e Social de Vasconha com o Rancho Folclórico “Capuchinhas de S. Silvestre, Associação “ Amigos da Giesteira, AA de Vasconha, Centro Social e Paroquial, Grupo Coral, Grupo Desportivo Paio Vezóiz, Núcleo da Cruz Vermelha Portuguesa, Associação Vasconha BTT Vouzela - S. MIGUEL DO MATO: Associação Cultural e Recreativa de Vilar, Sociedade Musical de Moçâmedes (1875), Grupo Coral, Associação Cultural e Recreativa de SMM, União Desportiva de Moçâmedes - VENTOSA: Associação Cultural e Recreativa de Ventosa Carlos Rodrigues

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Dia da Criança...

Apenas um pedido: deixem as crianças esmurrarem os joelhos, treparem às árvores, dar um com os dedos dos pés nas pedras, jogarem à bola, correrem com o arco, construírem motos de madeira, criar fisgas, jogar o pião. Deixemo-las respirar e terem o seu mundo. Não as prendamos ao computador. Sejamos vigilantes mas não polícias ao virar da esquina. Deixemos que as crianças sejam crianças e tenham o seu mundo. O seu mundo...