quinta-feira, 15 de junho de 2017

Cinema com gente de S. Pedro do Sul

Um cineasta de S. Pedro do Sul distinguido em Cannes Pedro Pinho foi a Cannes com seu filme “ A fábrica de nada” e veio de lá com o bolso cheio em termos de aplauso a mais esta sua obra. Admirados com a força da película ali apresentada, que retrata a realidade de uma unidade industrial carregada de problemas, o que movimentou os seus operários em torno de soluções alternativas, os membros da Federação Internacional de Críticos de Cinema não tiveram dificuldades em conceder-lhe o Prémio FIPRESCI, ou seja, o seu galardão maior. Se este feito das nossas artes portuguesas já é digno de uma nota especial, para este jornal “Notícias de Lafões” ainda tem um significado e um alcance bem maiores e com forte impacto local, na medida em que o seu autor tem ascendência paterna em Oliveira de Sul, deste mesmo concelho de S. Pedro do Sul. Oriundo de uma conhecida família, é filho de José Pinho, um dos grandes vultos da cultura livreira dos últimos tempos, sobretudo pela sua forte ligação e liderança ao Grupo Ler Devagar. Ao receber o prémio em causa, Pedro Pinho limitou-se a dizer que, obviamente, se sentia satisfeito com tal distinção, mas que esperava que, com este feito, pudesse dar um abanão nas preocupantes questões com que se debate o cinema português, de modo a fazer arrepiar caminho, invertendo ideias e leis que estão em cima da mesa. Com uma vida académica e profissional ligada a esta sétima arte, estudou em Lisboa, Paris e Londres. Neste seu percurso, participou ainda em eventos ligados ao cinema em Marselha, no DOC-Lisboa, no Brasil, em Berlim e noutros locais. Desta vez, foi a uma das Mecas do cinema, Cannes, e não veio de lá de mãos a abanar. Antes pelo contrário, como vimos. Com este prémio, S. Pedro do Sul e Lafões bem podem dizer que acabaram de receber mais uma lufada de ar fresco, porque um de seus filhos teve êxito internacional. E isto sabe bem. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, Maio, 2017

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