quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Angola, Angola, Angola!...

África prende-me, leva-me sempre a ir ter com ela. Mas hoje, neste enorme e fantástico continente, há uma terra que fala mais alto que todas as outras, mesmo o Moçambique do meu coração: é ANGOLA! Em processo de eleições presidenciais, que ali tudo corra bem, hoje e, sobretudo, no futuro. É isso que desejo, VIVAMENTE. E mais não digo...

Más políticas públicas ferroviárias

Vias ferroviárias em más políticas públicas O campo das decisões em matéria de planeamento dos transportes ferroviários tem sido um desastre. Na nossa memória, em triste recordação, está a morte da linha do Vale do Vouga, dos nossos comboios e automotoras, que desapareceram deixando um rasto de saudade a alguma contida revolta. Entretanto, esse caminho do fim de tais vias aplicou-se, em grossa asneira, um pouco por todo o país. O pior é que as más políticas públicas nesta área nevrálgica da nossa vida social e económica têm sido uma constante. O que se passou com o anda não anda do famoso TGV, que morreu antes de nascer, foi altamente lamentável, reprovável e ruinoso financeiramente. Com alguns mal alinhavados remendos, a Linha do Norte, de ligação entre Lisboa e o Porto, não pára de estar em obras, pior que as da Santa Engrácia, que nunca mais acabam. Iniciadas há décadas, ainda se ficam pela beneficiação de alguns troços, mas a velocidade e comodidade que se pretendem são uma quimera, apenas. Aquém e além, vão-se instalando algumas melhorias pontuais, mas sem uma visão estratégica de conjunto e a pensar no futuro, nas questões ambientais e energéticas e de contenção nos gastos. “Uma ilha ferroviária” Se um mal nunca vem só, em visão alargada que se desejava, o que se tem feito é dinheiro perdido. Vejamos: tal como se assinala em “Portugal, uma ilha ferroviária”, um manifesto recentemente lançado, estamos cada vez mais a fugir da Europa quando esta pede a nossa adesão em pleno. Para lá da Espanha, usa-se a bitola de 1435 mm, na Península Ibérica, a de 1668 mm. Entretanto, os nossos vizinhos já estão a passar, em vários locais e com tendência para avançarem para outros, para as medidas europeias. Quanto a Portugal, teima-se em fazer obras com os tais 1668 mm. Qualquer dia, as viagens em comboio não passam da fronteira sem transbordos, sem o uso de portos secos e isso é uma calamidade quanto a custos e transtornos. Dirão alguns “entendidos” que tudo se resolve pelo lado dos camiões. Só que essas políticas rodoviárias não são a solução, mas o problema. É na ferrovia que está o futuro. Mesmo o nosso, quando se fala na nova ligação entre Aveiro e Vilar Formoso, em pleno eixo Atlântico, desejando nós, veementemente, que Lafões se encaixe nessa rota. Com o compromisso de haver uma total bitola europeia até 2030, agora o que estamos a fazer é esbanjar dinheiro. É o mesmo que, por exemplo, se passa com as fundações para as águas, saneamento e redes de comunicações e outras. Fazendo um bico hoje, outro amanhã, só teremos buracos atrás de buracos. Com os comboios, infelizmente e para mal da nossa economia e finanças, é isso que está a acontecer. Um desastre completo, diga-se sem medos, mas com vergonha de não sabermos fazer política sustentada e a longo prazo. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Agosto 2017

Uma feira grande, antiga e franca, a de Viseu

Feira Franca a marcar o passado histórico e social de Viseu A cidade de Viseu respira história e passado por todos os poros. As marcas da (boa) ocupação romana saltam logo à vista, ou podem ser observadas em vestígios nos arruamentos adjacentes ao Largo de Santa Cristina. A Cava do Viriato, com origens ainda muito discutíveis, fala por si. A Sé Catedral diz-nos tudo acerca dos tempos de outrora. Estes são testemunhos materiais, visíveis, palpáveis, sólidos e praticamente imortais. Mas o ser-se cidadão destas terras que Fernando Magno conquistou, que tiveram como hipotético Rei D. Ramiro, o de Leon, obriga a que procuremos nas provas imateriais muita da nossa identidade. Se as pedras gritam, as tradições e as lendas cantam. Talvez Viriato esteja a chamar por nós como irmãos de sangue. Ou mesmo D. Afonso Henriques. Como não temos certezas acerca destas matérias, tivemos o cuidado de as englobar, algo timidamente, sob a capa das nossas lendas. No entanto, havendo fumo, talvez haja fumo, ou então algum nevoeiro enganador. Verdades, verdades são aquelas que se ligam a dois eventos de alcance fora de série, que se não ficam por estas suas muralhas, antes correm mundo e cimentam o nome de Viseu nos quatro cantos do universo: as Cavalhadas de Vildemominhos, nascidas no ano de 1652, são um desses testemunhos. E muito mais o é a FEIRA FRANCA hoje de S. Mateus, que tem na sua cédula pessoal um dado muito interessante, o do dia 10 de Janeiro de 1392 como sendo o do seu nascimento. Foi autor desse feito o Rei D. João I com a sua Carta de Feira dessa data. Tem, por isso, 625 anos e isto é muito, muito tempo. Com alterações e adendas diversas ao longo dos tempos, a sua feição moderna só se solidifica no século XX quando, em 1928, aparece o seu pioneiro cartaz, no momento em que se assiste às primeiras entradas pagas em 1929 e em 1930 à revista inicial. As últimas décadas têm presenciado mudanças em catadupa, desde a localização ao formato, mas há um ponto comum que se não tem perdido, o de esta Feira Franca ser sempre o imponente cartaz de Verão desta nossa cidade e distrito. Em evolução, talvez por força da marcha da modernidade e globalização em que vivemos, vemos que o calendário se alargou e antecipou para se iniciar na primeira quinzena de Agosto, de modo a atrair a possibilidade de os nossos emigrantes ali acorrerem, o que nos parece ter sido uma medida muito acertada. Este ano, em 2017, o “Ano Oficial para Visitar Viseu”, eis os dias 11 de Agosto a 17 de Setembro a serem palco deste enorme evento regional, em programa da responsabilidade de “Viseu Marca”. Vendo-se o Rio Pavia muito mais limpo e asseado, mais atrativo turisticamente, é ele também um dos selos desta Feira. As enguias são outro. E a pafernália de louças e bugigangas, as farturas, os carrinhos de choque, o algodão doce, as barracas antigas, os stands e pavilhões modernos são outra das características que ali não podem faltar. Nem os espectáculos de arrasar ou mais levezinhos também não. Muito menos os encontros anuais, outra componente social que aqui tem lugar de relevo. Viva a Feira Franca, a de Viseu, a de S. Mateus, esta, a nossa!... Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, Agosto 2017

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Da sardinhada da Pedra da Broa ao novo fardamento da Banda de Ribeiradio

Convívio da Pedra da Broa é já no dia 12 A tradição da sardinhada da Pedra da Broa aí está em organização para a edição deste ano de 2017. Para que este almoço-convívio possa ter uma sequência de décadas, há uma Comissão, constituída por elementos da freguesia de Arcozelo das Maias e da vila de Oliveira de Frades, que tudo faz para que ali nada falte. Desta forma, para o dia doze, sábado, por volta das 13 horas, o esquema está montado e a logística em ordem. É certo e sabido que a sardinha tem, neste evento, um lugar de destaque, sendo mesmo a rainha da festa. Bem assada por peritos na matéria, acompanhada de umas batatas a murro e de uma salada especial, torna-se irresistível. Entregue, quentinha, nas mesas que começam a ser ocupadas logo pela manhã, a ela ninguém fica indiferente. Tal como é costume, o segundo prato também não faltará: este ano, uma boa jardineira virá mesmo a calhar. Em refeição completa, a sobremesa (à base de fruta e outros acepipes levados por quem ali vai) será complemento apetecível. Esperando-se participantes dos três concelhos de Lafões, quer aqui residentes, quer em visita às suas terras por ocasião deste mês de Agosto, é simples o método de inscrição: ou se contacta previamente a Comissão, ou basta ali comparecer a tempo e horas. Com muita gente a ser presença assídua, há sempre lugar para mais um. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, 3 de Agosto de 2017 Banda de Ribeiradio com novo fardamento Constituída em 1890, a Banda Marcial Ribeiradiense tem um longo historial e, durante todo este tempo, muitas fardas envergaram os seus executantes, de cores e formas diversas, mas sempre com o mesmo objectivo: valorizar em apresentação a música que se toca e se oferece a quem escuta tão agradável arte. Com vista a acompanhar, de certa forma, a moda e a evolução dos tempos e também porque vão sempre aparecendo novos elementos, de vez em quando é preciso mudar os fatos e dar-lhe a feição que se deseja, fruto das opiniões surgidas no seio da agora Associação Recreativa da Banda Marcial Ribeiradiense. Deve notar-se que, de 1890 até este ano de 2017, há, entretanto, uma alteração muito significativa, que é o facto de agora haver elementos femininos, o que pressupõe dois modelos distintos. E assim acontece, de facto. Com mais de cinquenta executantes, foram estes brindados, no passado dia 29, com um novo fardamento, que foi usado pela primeira vez em actuação no Largo e Santuário de Nossa Senhora Dolorosa de 2017 . De roupa nova vestida, a arte musical seguiu o padrão de excelência que é bem característico desta Banda Filarmónica, onde a juventude é outro aspecto relevante e sinal de esperança para o futuro. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, 3 de Agosto

Uma sopa de excelência, a de Alcofra, com direito a festival

Sopa seca em dia de boa iguaria e muita animação Alcofra viveu mais um Festival da Sopa Seca no passado dia 22, sábado, fazendo deste prato, uma preciosidade gastronómica, o momento mais marcante de uma saborosa refeição, em local também ele carregado de história desta localidade, a sua Torre. Incumbiu-se desta tarefa a Rosa Arede, que, uma vez mais, se saiu às mil maravilhas. Porque nesta terra é costume comer-se bem, não faltaram, como complementos, a vitela e o porco no espeto. Mais de centena e meia de alcofrenses e outros amigos reviveram esta ocasião em fraterno e animado convívio e boa música, grande parte dela com a marca da casa. Esta é uma iniciativa da Junta de Freguesia a que o Município de Vouzela dá todo o apoio e colaboração. Isso mesmo ficou demonstrado com as palavras, na sessão de abertura, proferidas por Gil Giestas, um atarefado mas feliz anfitrião, e por Rui Ladeira, Presidente da Câmara Municipal, que tinha a seu lado a Vereadora Carla Maia. Entre os agradecimentos e a alegria por se estar perante um evento que serve de esteio para o desenvolvimento das nossas comunidades, que muito devem contar com seus produtos locais, valorizando-os e divulgando-os, viu-se na Sopa Seca e no impacto que tem como selo de uma terra um dessses factores e pilares. Associando-lhe o artesanato, ali também presente, pode-se com estes ingredientes da culinária e da sabedoria popular fazer andar em frente os territórios em que se produzem. Se ainda se juntar a tudo isto uma boa dose cultural, então a ementa é muito mais completa. E foi isso que neste dia de sábado, tendo a Torre como elemento preponderante, ali aconteceu com dois dos Grupos participantes na animação musical, as Concertinas de Alcofra e os Cavaquinhos da Casa do Povo desta mesma freguesia, a serem obra do interesse por estes temas de pessoas que querem fazer parte do processo de elevação da terra em que vivem e que trazem no coração. Com umas boas horas de música variada, mais popular ou mais erudita, foram bem credores das palmas que receberam. O mesmo se pode dizer do vizinho Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira, de Queirã, que se juntou a este Festival da Sopa Seca, com a sua já tradicional marca cultural. À noite, o tom foi outro, mas o entusiasmo não esmoreceu, ao escutar-se Rui Xará e o DJ Louizt. Com um bar como suporte, como convém nestas ocasiões, se a tarde fora animada pela noite dentro também o mesmo pode ser afirmado, até porque o clima deu uma boa ajuda. Assim, tendo em conta a projecção desta festa nos anos que leva de vida, espera-se que continue pelos tempos fora. A sua fama a tal obriga. Carlos Rodrigues, ver também “Noticias de Vouzela”, Julho 2017

A minha homenagem ao Centro Social de Cambra

20 anos do Centro Social de Cambra assinalados com emoção e animação A 18 de Julho de 1997, um grupo de cidadãos e Instituições de Cambra, lendo a demografia e percebendo que a comunidade local precisava de respostas sociais, desde as crianças aos idosos, lançou-se na aventura de criar o seu novo Centro Social. Neste ano, no dia 22 de Julho, volvidas que são duas décadas de serviços prestados à comunidade local, a Carvalhal de Vermilhas e a Paços de Vilharigues, sobretudo, entenderam os responsáveis actuais promover as respectivas comemorações festivas. Num projecto que foi crescendo passo a passo, desde 1999, tem como sua jóia da coroa, sem esquecer as outras valências, o Lar, mais propriamente dito, a ERPI – Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, por sinal, a criação mais recente. Eram cinco da tarde. Com a boa prata cultural da casa, abriram-se as portas à festa para homenagear quem teve esta brilhante ideia, quem a pôs de pé e quem a continua, vendo-se neste último grupo de gente muitas daquelas pessoas que por ali andam, em azáfama constante, desde a primeira hora e em cada minuto há 20 anos bem seguidos e sem pestanejar. Para dar o tom inicial, ouviu-se a Banda Verdi Cambrense, uma parceira de sempre e uma excelente embaixatriz musical desta freguesia. A seu cargo, esteve a abertura e mais uma série de peças durante todo o programa. A acompanhar este ritmo de animação, também o Grupo de Trajes e Cantares da Associação Cultural e Recreativa de Cambra abrilhantou as cermónias, perante toda a assistência, vendo-se muitos utentes a apreciarem e a aplaudirem estes momentos. Com a presença de todos os órgãos sociais, muitos amigos e entusiastas desta obra, ali compareceram o Director do Centro Distrital de Segurança Social e Presidente da Assembleia Municipal, Telmo Antunes, o Presidente da Câmara Municipal e da AG desta Instituição, Rui Ladeira, os vereadores Carla Maia e António Meneses, o Presidente da União de Freguesias, António Silva, assim como o sócio honorário, António Simões, para além de outras entidades e IPSS vizinhas. Numa sessão ao ar livre, no pátio frente à ERPI, começou por falar José Pinheiro Lopes de Almeida, Presidente da Direcção e um enorme obreiro desta casa e desta causa, que se mostrou muito sensibilizado e reconhecido pelos apoios e pela adesão dos povos que o Centro serve e das entidades que com ele têm colaborado. Abordou o facto de considerar altamente pertinentes e determinantes os passos dados, às vezes no meio de grandes dificuldades, que, felizmente, têm sido ultrapassadas. E a obra vê-se e sente-se. Não deixou ainda de afirmar quão relevante são as funções de todos os colaboradores de cada um dos sectores deste Centro. São mesmo as pedras basilares de tudo isto. Ao intervir enquanto Director do CDSS de Viseu, Telmo Antunes, não esqueceu o seu passado e o seu presente de autarca, nem os seus antecessores, dizendo que era com prazer que ali estava, ao mesmo tempo que fez um resumo da forma como se chegou a estes vinte anos de serviço de apoio a quem precisa. Precisou que, numa terra com uma enorme vocação associativa, há duas dezenas de anos nenhuma dessas Coletividades preenchia o vazio que se fazia sentir e que foi a razão de ser da criação do Centro Social. De seguida, foi com esta “deixa” que Rui Ladeira estruturou o seu pensamento, recordando e enfatizando o papel de José Pinheiro Lopes de Almeida, de António Simões, de Girão Pereira, infelizmente já falecido, e de todos aqueles que tudo fizeram para fazer avançar este sonho concretizado em realidade, a que a Autarquia a que preside dá toda a colaboração possível Depois de mais uma sessão musical e cultural, estas comemorações concluíram-se com um apetitoso lanche, numa parceria com a Escola Profissional de Vouzela, sempre presente nestes eventos. Em conclusão, este Centro Social espalha a sua acção pelo Centro de Dia, Serviço de Apoio Domicilário, ERPI (Lar) e Creche, em instalações de excelência e num espaço envolvente que é um hino à natureza, onde se integra, em cerca de um hectare, uma zona de lazer e recreio com uma boa série de equipamentos desportivos e outros. 20 anos depois do seu nascimento, eis a OBRA. E que OBRA ela é!... Carlos Rodrigues, ver também “Notícias de Vouzela”, Julho 2017